domingo, 14 de outubro de 2007

EUNUCO


Todas as minhas corujas noturnas
Providas de olhos de lince
Em seus coruchéus, no ventre do coliseu
Liberam as almas góticas fortuitas
Aos estrilos tribais do corifeu

A estrige copula com meu estro
Lívido, eu sendo um faquir
Gracejo vingança e lufada ao luzeiro
Ornamento míope de qualquer enxerto
Quando se é tarde para exumar romeiros

Não estou imune a mitra do réu
Na dignidade da chama episcopal
Sobre a santa fimose inquisitória
Símios encapuzados de mentiras ao léu
Constipando fezes ideológicas

Se a deusa Euterpe clama o ego assassino
Eu sou eutopeu de língua ferida
Como ferais sem coleira de inferno
Colérico ao liberticida divino
Bebendo avernos, alísio, euros e éolos ventos

Minerva beije minha noite exangue
E com a facécia de um sonho
Libere a loa com seu gládio ocular
Grite ao prepúcio da excitada glande
Lépida e mordida sem saber amar

Puto, luto e reluto o noturno
Furto o discurso, mudo e surdo
No culto confuso do vulto
Afundo o imundo, susto puro
Eunuco eu, insulto e curo o absurdo.

Reluto puto o furto do luto
Discurso mudo à surdez do noturno
No culto confuso do vulto
Bem fundo, imundo de um puro insulto
Curo o susto absurdo do eunuco.