sábado, 29 de setembro de 2007

BOCA MALDITA


Decidi costurar minha boca imunda
Cessar o maldito mito que eu acredito
Pois sim, virou motivo de riso
Da crença qual eu me permito
Portanto, de meu sorriso não serás digno
Disse tudo e exordiei sobre tudo
Meus lábios trêmulos, agora mudos
E por este céu, minha língua vagará
No mais absurdo silêncio solitário
Se quiseres ficar ao meu lado
Eloquás ou gaguejante, fique à eternidade
O nó que dei é por minha vontade
Nem seu beijo canibal e malicioso
Esperando a permuta do amor puto
Que nunca prometi ou soprei palavras
A não ser engasgadas pela moda desvairada
Farão-me cuspir ponto por ponto
De meu rugido entalado, mais bem guardado
Contente-se com meus olhos negros
Ou minhas pupilas dilatadas
Meus ouvidos apurados e o meu corpo sepultado
No passado de tuas lembranças
Velando seu futuro de braços dados
Enquanto minha mão estiver lúcida
Antes que ela empalideça e fique fria
Nada de afago ou cortesia, apenas poesia cria poesia
Mesmo duas bocas concordarem que não pareça
Divirtam-se sem a frustração
De não ter conseguido cantar sozinho
Porque minha voz está suturada.

Nenhum comentário: