sábado, 29 de setembro de 2007

MEU AMIGO ALZAIMER

Sinto-me um tanto diferente
Mas nem por diferença
Eu entendo compreender
Sinto-me dois tanto ausentes
E nem sequer por presença
Eu compreendo entender

Vejo em tantas belezas
Tantas flores e covas
E não lembro os seus valores
Vejo em tantos corpos deitados
Sobre rosas mortas
E me esqueci dos seus pudores

Ouço tantos sussurros
Em grandes multidões
Que mal decifro o contexto
Ouço tantos murmúrios
Em chorosos corações
Mas não encontro algum pretexto

Toco em diferentes ambientes
E não compreendo a estação
De que tempo eu estou
Toco fundo em minha mente
Da imensa estagnação
Mas o sonho me escapou

Cheiro o desagradável
Sem saber o porquê
Em pessoas que não conheço
Odor que vem inevitável
E que talvez elucidasse
O que exala de mim mesmo

Adivinhando meu destino
Caminho pelo passado
De lembranças importantes
E no silêncio da solidão
Apenas encontro velhos retratos
Que nada dizem em seus semblantes

Prometo não mais prometer
Tentarei não mais pensar
Pois penso que esqueço
Prometo não me esquecer
Penso em não mais tentar
Talvez assim adormeço.

Nenhum comentário: