
– Renegai os desejos e tentações da carne, irmãos e irmãs, pois estes são os maiores pecados do mundo. Arrependei deles antes que seja tarde (...). Nem só de pão viverá o homem (...). Jesus morreu na cruz para nos salvar de todos os pecados do mundo. Ele, filho de nosso Deus-Pai que o concebeu sem o pecado original através do Espírito Santo a Maria, Mãe de Deus (...).
E por mais de meia hora o senhor alternou seu discurso decorado e lido na frente dos fiéis quietos, atentos e amarelos. Ao que se sabia, aquele antro, cujo não era o único pelas redondezas, venerava um ser chamado Jesus, e segundo os devotos e todo material que se encontrava a disposição deles, esta pessoa renegou sua vida, bem como os prazeres da carne em prol da humanidade. Nasceu de uma forma muita estranha do ventre de uma suposta mãe Maria, não houve ato e ritual sexual que proporcionasse sua vinda ao mundo. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo enviado por Deus através de um anjo Gabriel, com a missão de trazer a boa nova ao mundo e aos homens, etc.
Um dos momentos interessantes foi quando todos principiaram a dar as mãos em forma e sinal de cumprimento, conforme as ordens do Padre – assim era chamado. Chegava a hora de formar uma fila pelo corredor até o altar para receber alguma coisa das mãos do condutor dito religioso mor daquele lugar. Um a um, os fiéis recebiam uma hóstia mergulhada no vinho e, como diziam por ali, “o corpo e o sangue de Cristo”. Depois do ritual, ajoelhavam-se em seus lugares e mantinham silêncio. Muitos ficaram sentados apenas cantando, não se sabe porquê. Maria foi uma das últimas. Logo depois o Padre disse mais uma dúzia de palavras, seguidas de um coro de vozes em glorificação, “amém” diziam todos, um canto em veneração ao Pai, quiçá daqueles órfãos, outro canto a Maria, Hosana, entre outros nomes, até chegar à ocasião da despedida. Todo este contexto rigoroso seguia o roteiro daquelas folhas que os devotos liam em suas mãos, das quais Maria retirara no início. Tocaram a fronte, o centro do peito, ambos os ombros com os dedos, cada um do seu jeito, e beijaram a mesma mão. Enfim, – disse o Padre – idem em paz e que o Senhor vos acompanhe – graças a Deus – disseram os fiéis.
Fim do ritual. Alvoroço nas cadeiras, alguns apressados e faladores, outros sentados em silêncio. Maria foi ter com o velho que conduziu a sessão. Pediu benção e disse:
– Senhor, eu continuo com aquele probleminha lá em casa, não sei mais o que fazer com meu irmão. Não dormiu em casa de novo, a cada final de semana sua conduta obscena, depravada e maluca fica pior. Não agüento mais, o que eu faço?
– Filha, seu irmão é um pecador sem salvação. Você já fez de tudo para tirá-lo do mau caminho. Deixe-o nas mãos de Deus que Ele há de castigá-lo. Infelizmente, algumas pessoas só aprendem na angústia da perdição, um dia ele se arrependerá de todos os seus pecados, não se preocupe. Faça a sua parte, ore por ele, por você e pelo seu futuro esposo que do resto Nosso Grande Pai se encarrega. Vá para casa descansar, atente-se para seu futuro, seu noivo, logo irão receber a benção do matrimônio. Vai em paz e com Deus, minha filha! Que o Senhor a acompanhe!
Maria ouviu atentamente àquelas palavras piedosas, agradeceu e pronunciou um amém. Despediu-se beijando a mão do conselheiro e partiu para casa com uma expressão mais tranqüila no rosto e quiçá na alma.
Na outra margem do paraíso, na noite anterior, numa das ruas mais movimentadas daquela cidade, também aconteceram cultos religiosos até o dia clarear. Havia muitas Igregoras por toda a redondeza, em maior número naquela rua iluminada pelas luzes coloridas destas casas contemplativas. Bacanais a Baco regado à Vinho e outros aperitivos da civilização moderna. Dionísio sai de um destes lugares meio em transe com seu instrumento de fé e devoção nas mãos. Guarda-o zelosamente dentro das calças na parte da frente e segue atravessando as ruas, cambaleante e sorridente, a cortejar devotos, abraçando outros, não por gentileza ou educação de suas crenças, mas devido aos prazeres de seu espírito benéfico e desejos intensos do corpo. Embora também naquele local, as pessoas prestavam essas mesmas condutas, cada um a seu estilo, entretanto, levados pelos ensinamentos morais do Grande-Pai-Rei do Transe do Amor – Baco.
O assíduo religioso em transe atravessou a rua e parou em um estabelecimento doador de dízimos às instituições do Deus: afrodisíacos, bebidas sagradas e alguns outros materiais incitantes e liberadores do prazer. Sentou-se na cadeira ao lado de um dos irmãos para acompanhá-lo no Cálice Sagrado do Vinho à mesa. Cumprimentou intimamente e com um olhar de surpreso, o rapaz de vestimentas coloridas, salto alto brilhante e dourado, maquiagem cintilante por todo o rosto e batom vermelho bem forte. Pediu um dos dízimos, outra bebida de suma importância para os cultos: a Cevada fermentada, ingrediente fundamental para a perpetuação e criação da hospitalidade e dos laços concretos e sinceros dentre todas as comunidades, bem como, a consolidação do bem-estar do convívio social, ingrediente auxiliar ao esquecimento de todos os aborrecimentos rotineiros dos quais, todo indivíduo estava exposto, além da aproximação de diálogos, de trazer a paz espiritual e proporcionar a liberação do Id e outros prazeres muitas vezes ocultos.
Dionísio se serviu e começou a prosear com calma e naturalidade, como se conhecesse há muito tempo aquele rapaz extravagante:
– E aí, não resistiu ficar em casa e veio cultuar esta noite?
– É, sabe de uma coisa, cansei de perder tempo. Não quero mais me privar e me resguardar dos meus desejos, de minhas vontades. Quero mais é aproveitar a chama acesa de meu corpo, enquanto tenho.
– Puxa, agora sim! Mas você já liberou todo esse vulcão adormecido esta noite?
– Hum, ainda não! Não tenho muita fé, sabe?
Dionísio propõe um brinde ao Grande Baco e diz:
– É normal no começo, quem nunca se entregou, não sabe como é. Tem que ir devagarzinho, aproveitar da melhor forma a primeira vez, mas nada de timidez ou pudor, tem que ser na mais pura e esplêndida safadeza animal, com delicadeza até pegar o embalo, mas tem que ser sacana, puto, até se render a Eles. Minha fé é inabalável, afinal somos essência dos prazeres, em corpo e espírito. Por mais que negamos e relutamos, sempre estamos condicionados a Baco, de uma forma ou de outra. Todos têm caminhos e escolhas, com suas diferentes práticas, livros sagrados, padrões e morais, mas todas as direções sucumbem ao Nosso Deus do Amor, seja por Orgia Bacanal, sozinho ou a dois.
– Esperei por muitas vezes esperar o momento certo para transar ou praticar o coito por motivos especiais, conforme os ensinamentos recebidos de outros cultos que eu acreditava e seguia recentemente...
– Enganação, meu caro! Você e muitos outros são ludibriados a encarar o ato como pecado mortal. É um bando de velhos que nunca sentiram esta fé deliciosa penetrar literalmente em seus corpos e no espírito. Renegam as divícias da vida propositais da existência...
O rapaz apreciava Dionísio deslumbrar as palavras a sua frente. Quiçá, estímulos imprescindíveis para ele sair do calabouço modesto a findar seus desejos impudicos e ocultados pelas crenças de uma sociedade imoral à vida e à existência dos seres, seja por direito ao prazer infinito de uma dádiva natural, seja para manter a espécie.
– Você entendeu querido? Há um propósito comum a todos os seres: a procriação natural da vida, e que culpa temos ao deleitarmos desse nécta soberbo que é propiciado naturalmente a nós? Infelizmente alguns animais desprovidos das divícias do amor à grande intenção espontânea, carentes de sentidos de gozo, deliram barreiras calejadas oriundas de mentiras que ditam a renegação dos prazeres da carne, circuncidando os sentimentos do espírito com um manual dito prático do que se deve fazer e não fazer, intimidando os seres joviais ao sepulcro das vontades das experiências do propósito.
– Velhos doentes e impotentes que tentam acabar com a nossa vida, empurrando hipóteses de viver no escuro frio de um pecado enganador...
– É isso aí querido! Viva a Baco e a seu filho Sade! E ao nosso Grande Eros... é isso meu querido! Pecado enganador, uma moral indigna, um deus minúsculo e um filho castrado, em que todos já nasceram mortos de espírito e murchos de raízes. Entendeu agora?
– É, demorei pra aceitar seu comportamento, você sabe por quê? Mas eu ainda tenho medo.
– É, sei sim, mas ela aprende. Um dia ela vai se entregar, é uma questão de tempo. Ora, não tenha medo, segure minha mão. Confia em mim... assim. Venha, eu te mostrarei a devoção fervorosa ao Grande Baco. Vamos? Sem amanhã, sem limites? Entregue-se a ternura da paixão, de corpo e alma.
Segurando a mão do rapaz e dirigindo um olhar sedutor, Dionísio levanta-se do acento, pede um cálice sagrado de Vinho e conduz o amante a uma Igregora do prazer. Em silêncio entraram no quarto das tentações. Brindaram à Vinho ao Bacanal de Sade e começaram a se beijar e a se tocar ardentemente, deitando ambos no ninho do amor de formato redondo. Os trajes imorais voavam ao chão, peça por peça, até a nudez completa para facilitar a sensibilidade viril dos dois fogosos seres carnais em erupção. Dionísio com toda sua sabedoria e experiência no colo e o rapaz com seus medos nos olhos e a sua delicadeza nas mãos, ambos com suas fé e devoção eretas e rígidas, transmitidas aos sentidos do paladar, boca a boca, do olfato puro, do tato quente e forte de atrevidas mãos, mais que requintados às divícias do sexo, ouvindo atenciosamente os sussurros, ora cerrando os olhos, ora olho no olho em meio ao prazer recíproco, respiração ofegante, línguas ousadas, corpos suados, um em cima do outro, mas sem distinção e sem preconceito ou superstição, desavergonhados às posições e às convenções, aos olhos dos dois e na presença de Baco e seu filho Sade, coito do bacanal sádico. Pensamentos pegando fogo se tocavam no momento único, instigante e erógeno de desejos comparsas ao objetivo final, orgasmo livre e solto a grudar no espírito para sempre, até emissão do brado evoé.
Por mais de uma hora fizeram o ninho se desmanchar e quase quebrar-se devido a potência acumulada da fé simbiótica. Dionísio masturbou toda a sua vivência promíscua natural e inócua aos verdes sentidos do rapaz que habitava a inocência da puberdade, gritando para seu espírito enfim despertar do silêncio e do tenebroso, impostos por fábulas, espírito outrora escondido pelos velhos pícaros e vis nos jazigos do medo eterno, trapaceiro e abjeto. E ele conseguiu ejacular os encantos do rapaz. O sono pedia recomposição dos hormônios e paz do espírito. Dionísio propôs um brinde a Divindade representante da essência sexual dos seres. Um gole, dois goles para o orgulho final do ato. Dionísio depois observou seu parceiro sem forças deitar-se em seus braços fortes e peludos, molhados pelo nécta do sexo. Fez um pouco de carinho em seu rosto e em seus cabelos, acomodou melhor o jovem, bebeu mais um gole de vinho e adormeceu ao lado dele, deleitoso e honroso pela noite intrépida.
Maria ouviu atentamente àquelas palavras piedosas, agradeceu e pronunciou um amém, despediu-se beijando a mão do conselheiro e partiu para casa com uma expressão mais tranqüila no rosto e quiçá na alma.
Rotineiramente, nos finais de semana, quando chegava da missa, Maria sempre encontrava seu irmão acordado recém chegado das noitadas. Naquele dia não foi diferente. Até chegar ao portão de seu lar doce lar com pães e queijos fresquinhos, saudou os vizinhos com um bom dia simpático e prestativo, típicos de seu caráter afetuoso. Ao entrar, percebeu pela janela a luz do lavabo acesa e logo imaginou a presença do irmão. Entrou na cozinha, colocou o que seria o café da manhã em cima mesa, junto com seu livro sagrado. Viu a porta do banheiro aberta e caminhou pelo corredor a fim de cumprimentar o ausente herege e noturno... Teve um espasmo por todo corpo que abalou toda a sua dignidade religiosa e humana, provocando um súbito grito de repulsa e desespero:
– Dionísio!
O depravado sem camiseta, com os olhos arregalados e a boca aberta sussurrando prazer, ejaculou no vaso sanitário bem na hora do grito de repúdio da menina. Esperou um pouco e depois respondeu:
– Ah... oi querida irmã! Já chegou?
– Não acredito nisso, seu desgraçado! – responde ela aos prantos.
– Nossa como isso é bom! Não acredita? Por quê?
Ela corre para o quarto, levando consigo a indignação e o pudor, talvez descrente do que tinha visto e bate a porta com força. Dionísio veste a bermuda e vai ao encontro dela.
– Maria, minha linda, não fique assim, o que foi? Você anda muita tensa, querida. Vem cá, vamos conversar. Abre a porta.
Maria chorava desesperadamente a soluçar e gritar para o devasso calar a boca e sumir de casa e que nunca mais queria vê-lo. Ele insistia:
– Ora, pára de se comportar como uma criança boba e abre essa porta. Você foi para aquele antro da mentira de novo? Não aprende mesmo, né? Até quando vai permitir que esses velhos castrados te enganem? Eles estão acabando com sua vida, querida, não percebe?
– Cala a boca, pára com isso! Me respeite, seu louco pervertido, não sabe o que diz! Vai queimar no fogo do inferno, seu sádico imundo sem salvação.
– Sádico? Isso mesmo, viva à Sade, filho de Baco! Mas não precisa me elogiar, fico sem graça. – Risos em meio aos prantos e as preces da simples pudica. – Vou queimar sim Maria, no fogo do idílio, no calor humano do abraço, dos beijos ardentes, da penetração do toque, fé com fé na dádiva carnal do amor doidivanas e espiritual, como um lobo no cio esperando o coito, a fornicação...
– Meu Deus, perdoa esse indigno de tua benção e livrai-me desse mal! Você não presta Dionísio!
Ela começa a rezar um Pai-Nosso bem alto.
– Eu sei disso, mas eu te amo, não viveria sem você! E sabe de uma coisa, esses malditos velhos deturpam o teu Deus, vendendo a figura de um Deus tolo que escraviza o corpo a viver na insignificância. Jesus foi um discípulo de Baco, foi um grande amante do transe sexual e do Vinho Sagrado. “Nem só de pão viverá o homem”, mas também de vinho, amor, sexo, tesão, gozo. Você tem que aproveitar enquanto está viva, não se esconda mais nessa tua castidade, querida.
Nesse momento, Maria abriu a porta do quarto e partiu com raiva pra cima do irmão. Assim ela me disse. Gritando palavrões de repugnância e ódio, esbofeteava-o descontroladamente, e quanto mais ela batia mais ele se divertia:
– Isso gostosa, assim mesmo! Libera essa energia sexual que há dentro de você! Jogue todos os seus desejos em mim e sinta o orgasmo de tocar em um corpo. Esqueça a velha imagem de Jesus e aqueles velhos virgens e covardes que atrasaram seus hormônios e fizeram regredir teu espírito, inserindo uma compostura ridícula. Eu te amo, sou seu irmãozinho querido...
Maria perdia as suas forças à indiferença do irmão e devido ao choro desolado. Percebeu que Dionísio estava todo vermelho e com o nariz sangrando. Sentou-se no sofá e colocou as mãos no rosto no puro desespero. O irmão sentou-se ao seu lado, olhou-a por instantes, disse algumas palavras carinhosas de consolo e a abraçou fortemente acariciando seus lindos cabelos sedosos. A menina titubeou um pouco, mas logo retribuiu o abraço. Dionísio ergueu o rosto dela, tirou as mãos que cobria seus belos olhos esmeraldas e tentou enxugar as lágrimas. Amorosamente e em silêncio, fitou-a por todo o semblante. Olhos fixos em sua boca carnuda e lábios entreabertos. Ela o olhava da mesma maneira, reparando em sua expressão safada. Relutou em me dizer isso e também o porvir da iminente situação, porém eu insisti muito, pois comecei a me excitar, há muito tempo não sentia esse calor por ela, estado que intensificou com os próximos relatos.
Dionísio segurou firme seu rosto com o olhar de safado de antes, aproximou boca a boca, respirou um ar quente que a fez tremer e se arrepiar toda, dos pés a cabeça, e se beijaram primeiro lábios com lábios, depois se abraçaram tão juntos que pareciam dois em um corpo, propiciando mais fervor dos toques, para assim as línguas se enrolarem céu a céu, tesão com tesão. E aquele ato foi queimando seu ser. Seu corpo e seu espírito entravam em erupção aos céus daquele prazer varonil. Disse-me com pormenores sobre seus pensamentos nas palavras de seu livro de cabeceira chamado bíblia e nos conselhos do padre, pensando em parar com aquilo. E eu sem me conter no tempo das cenas ocorridas, peguei a mão de Maria emprestada para acariciar meu instrumento de fé e emprestei a minha mão pra ela, dizendo para não parar e prosseguir com a narração depravada e divina, agora encenando comigo o que havia acontecido dias atrás com Dionísio. Sussurrava sedutoramente em meu ouvido e demonstrava com o corpo:
– Pensava em Jesus e queria parar com tudo na pretensão do confessionário, mas confesso que o fogo escaldante da fúria do Clitóris de Sade e de Baco, enlouquecia a pureza de minha mente. Pouco a pouco eu desistia de carregar a cruz da castidade, os pregos de minhas mãos medrosas e os espinhos de minha imaginação e, devido a esses desejos despertados das cinzas, soltei a vergonha e libertei meus instintos insanos e eróticos trancados no quarto-calabouço do pudor. Liberei minhas vontades no corpo em chamas de meu irmão Dionísio já nu em minha frente. Pela primeira vez senti o poder louco de uma verdadeira fé consumir minha mente e transgredir conceitos imorais aos sádicos preceitos morais do Grande Sade. Fizemos amor e sexo como dois seres desprovidos de libido e munidos de afeto e desejos, magnetizados pelo mesmo sangue que nos unia.
Da mesma forma, eu José, noivo de Maria, que esperei por anos esse divino momento prometido somente após o matrimônio, senti uma noite antes e depois ao lado dela todo esse orgasmo celestial e excepcional. Maria me amou e me possuiu exatamente como naquele dia especial ao lado do sedutor e salvador irmão. Decerto, não fui eu, sua primeira experiência... Consolo-me ao saber que depois de tanto tempo eu estar na escuridão do sono gelado e solitário, antes de me acender nas labaredas do prazer vulcânico, casto à espera do matrimônio, não fui seu primeiro contato sexual e vice-versa. Entretanto, transbordo em alegria de estar ciente que nós dois nos libertamos do sofrimento pungente da virgindade com a mesma santa pessoa, com os mesmos sentimentos, com os mesmo toques, cheiros, gostos, sons e olhares intencionados, com o salvador e libertador do orgasmo múltiplo, Dionísio. Minha experiência foi numa noite anterior ao dia de Maria, em uma Igregora do outro lado, no paraíso das tentações mundanas e humanas. Na noite da minha vida, onde nosso santo homem me libertou com suas intenções e convicções. E este sêmen divino, bel fruto do cordão umbilical que nos une, eu e Maria vamos carregar além-mundo. Mas será um segredo guardado eternamente em meu silêncio, junto a minha amada amante Maria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário