sábado, 29 de setembro de 2007

MURALHAS


Chora, ajoelha e reza para o perdão no muro das lamentações/ Muro social e muro racial/ Que reduz o ser a uma ameba irracional/ Muros... na mente... muros à sua frente/ O que fazer diante de tantas grades?/Seja você recém-nascido ou de certa idade/ Famoso muro que faz história/ Imponente símbolo de glória/ Mas que retórica hipócrita/ Vestígios na memória/ Cadáveres protegidos pelo muro/ Você protegido por um deles no teto/ O muro que te agarra no chão e no escuro/ A muralha ostensiva do materno/ Liberdade sem chuva/ Longe da cura/ O que fazer? Pra onde correr?/Destruir corrói as mãos e fadiga o cérebro/ Temos medo da insônia do horizonte/ Virar as costas pra sempre eterno/ Na impossibilidade do tempo ontem/ Tornando-se trepadeiras do esquecimento/ Nas pedras quentes que ficam frias/ Que te cobrem de cimento/ Cessando sua eutimia de vida/ E o medo do muro/ Eu corro, há um muro/ Não vejo nada, há um muro /Da impotência, há um muro/ Mente vazia, há um muro/ Descaso, há muros que precisam ser quebrados.

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