domingo, 30 de setembro de 2007

À ESPREITA DA LUZ SORRATEIRA


Não adianta você olhar para o céu
Esperando uma luz de auto-ajuda
Livros só vão te dar repertório
Para você ostentar sabedoria
Sua intelectualidade não serve
Jogue-a no lixo reciclável
Junto com os fetiches de seu estilo
Você não faz parte do coletivo
Todo ser, em conceitos, é individual
Esgoele todos os seus ídolos
Antes do veneno comungado da doutrina
De onde você vê o mundo?
De seu quarto ou de sua janela?
Tape os ouvidos e não ouça merdas
Vende seus olhos e não capte nada
Sinta agora quem você é
Longe do berço guardião de seus pais
Cheire agora a podridão que se esvai
Dê risadas altas, o odor era seu
Prove também um segundo de liberdade
Tente defini-la, descreva em voz alta
Não há mais berço e as tetas estão secas
Vá, sinta prazeres asilados e os vulgares
Não, não existe a vergonha
Liberte-se dos estereótipos
Dance, cante, grite, chore, voe, durma
Pronuncie pausadamente o seu pensar
Olhando nos olhos do nada
Respire fundo e se contorça todo
Aqui não é o inferno
Não se desespere você é tudo
És perfeito e eterno e não negue
Seja contraditório como essas palavras
É pior ter apoio moral que dirá social
E maternal no velório
Pois a moldura já vem esculpida
Que tal você destruir este monumento
E arquitetar o seu templo?
Pense nisso... e apague isso...
Que você, ser perfeito e sem ídolos
Acabara de ler e perder tempo...

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